quarta-feira, 29 de junho de 2011

Meia Noite em Paris, de Woody Allen

Meia Noite em Paris, de Woody Allen - 10/10

Com: Owen Wilson, Rachel McAdams, Michael Sheen, Carla Bruni, Marion Cotillard, Alison Pill, Kathy Bates, Adrien Brody, Corey Stoll, Tom Hiddleston,  Kurt Fuller, Mimi Kennedy, David Lowe, Léa Seydoux

 Woody Allen faz um filme maravilhoso sobre a insatisfação em estar no tempo onde vivemos e nossa fascinação por um passado que é retratado pelo nosso consciente como um período superior ao nosso presente. Eu sempre quis viver nos Anos 80, em Manchester e ver o nascimento de bandas como The Smiths e do Joy Division, e divido com o protagonista de Meia Noite em Paris, seu fascínio pela Paris chuvosa dos Anos 20.

Ao mostrar um Gill Pender ( Owen Wilson) que fascinado por Paris mas insatisfeito com o seu presente, viaja para o passado conhecendo ídolos intelectuais como Ernest Hemingway, Louis Brunel, Salvador Dalí, o casal Fitzgerald, Pablo Picasso, entre outros em uma Paris extremamente romântica dos Anos 20, chuvosa e bela e ainda mostrar uma outra personagem desse próprio Anos 20 insatisfeita com seu presente, e fascinada pelo passado da Belle Epoque, Allen mostrar como sempre seremos insatisfeitos com o presente, e fascinados por um passado, não importa o que aconteça sempre será assim. Esquecendo totalmente que talvez o presente seja nosso maior “presente”.

Em Meia Noite em Paris, várias características marcantes de sua carreira ( O autor insatisfeito, uma cidade maravilhosa e os diálogos afiados) estão com todo vigor. Um Owen Wilson, com uma atuação que finalmente prova seu maravilhoso timming cômico, encarna um dos melhores "Woody Allen" dos últimos 20 anos da carreira do diretor.

 Allen, desde dos primeiros frames do longa, justifica a fantasia do filme ao mostrar porque Paris é tão bela e porque ela o ( nos) fascina tanto. E quanto mais o filme se desenvolve. o fascínio pela Cidade-Luz aumenta. E uma fotografia extremamente bela e pulsante parece confirmar o que Wilson fala em certo ponto do filme ( "È como se Paris fosse o lugar mais quente do universo").

A trilha sonora é extremamente maravilhosa Com clássicos de Cole Poter e belas músicas parisienses. Além disso, uma ótima atuação da sempre competente Rachel McAdams, a como sempre espetacular Marion Cotillard está estupenda ( Seu final é espetacular), uma boa atuação em curto tempo da primeira dama Carla Bruni, um divertido Micahel Sheen. Destaque para o hilário Adrien Brody como Dalí.

Ao final de Meia Noite em Paris, fica a sensação muito ruim: A que os créditos não deveriam ter começado e que o filme devia continuar. Pois quando Woody Allen acerta, ele realmente acerta.



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